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Menos vagas e mais invasão de redutos na eleição para a Câmara do Recife

Disputa acirrada pelos votos deve aumentar conflitos entre os candidatos

Duas vagas a menos na Câmara do Recife. O comunicado do presidente da Casa, Romerinho Jatobá (PSB), aos vereadores na semana passada, foi quase um decreto de guerra. Com a população menor, segundo o IBGE, o número de parlamentares também cai: passa de 39 para 37 na próxima legislatura.

“Os partidos terão mais dificuldade de atingir o coeficiente. Mas nada que mude tanto o formato da eleição. As pessoas vão continuar trabalhando e tendo estratégias para atingir maior número de votos”, aponta o presidente da Casa.

Na prática, muda. E muito. Da Zona Norte à Zona Sul. Da Zona Leste ao Centro. Já tem vereador, de um lado, anunciando que “o jeito é partir pra cima”. Já tem vereador, do outro lado, sentindo “as bases invadidas” E, oficialmente, a campanha só começa após as convenções – de 20 de julho a 5 de agosto.

“A representatividade não muda porque ela é proporcional ao número de habitantes. Mas diminui o número de vagas e a disputa será maior. Até as chances de reeleição diminuem. Isso cria maior acirramento”, observa o cientista político Isaac Luna.

Além disso, analisa, o ranço coronelista faz alguns acreditarem ser donos de determinada área. “Ainda existem redutos de controle por alguns, o que não tem a ver com democracia.”

Em tese, registra, não há donos, mas na prática candidatos e partidos mapeiam as regiões. “Há uma regra não declarada, de não entrar na área do outro. Mas é um acordo meramente tácito, não há impedimento jurídico.”

Reconhece que com a necessidade de mais votos para eleger-se, candidatos vão ocupar outros espaços e entrarão em conflito com quem acredita ser dono do lugar. “Isso não é legislação, isso faz parte da cultura política brasileira. Apesar dos avanços, há resquícios de clientelismo patrimonialismo e coronelismo”, atesta.

Linguagem simples
O presidente do TCE-PE, conselheiro Valdecir Pascoal, anunciou ontem o 1º Prêmio Inaldo Sampaio de Jornalismo, para reportagens sobre controle externo, controle social, gestão pública e cidadania.

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